Insights econômicos e de crédito

Tendências globais de crédito

Explore insights globais de crédito e dados financeiros. Apresentando tendências de risco de crédito, dívida, utilização e inadimplências de todo o mundo.

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Resumo executivo

Estas são as três principais tendências do primeiro semestre de 2024:

As pressões econômicas afetam os jovens

O alto custo de vida e o aumento do custo de crédito estão afetando jovens em um ritmo maior. Os consumidores com menos de 36 anos de idade são particularmente afetados pelas elevadas taxas de inadimplência dos financiamentos de automóveis e das linhas de crédito. Além disso, um número crescente de jovens canadenses moram com seus pais e avós. Atualmente, quase uma em cada três famílias canadenses (29,2%) inclui jovens adultos que vivem com seus pais, contra 26,7% há uma década.

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Os consumidores mais jovens são mais suscetíveis a enfrentar dificuldades com gastos no fim de ano

Nos últimos dois anos, os cartões de crédito emitidos no T4 mostraram uma taxa mais alta de inadimplência em comparação com os cartões emitidos em outros trimestres. Essa tendência coincide com o aumento da demanda por cartões de crédito desde 2022, impulsionado pela inflação e por desafios econômicos. Os consumidores jovens são mais propensos a tomar crédito sem garantia para gastos no fim de ano e atrasar os pagamentos; a taxa de inadimplência de cartão de crédito para pessoas entre 18 e 25 anos que abriram suas contas no T4 é o dobro da taxa para consumidores com idade entre 36 e 50 anos.

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O aumento da atividade digital eleva o risco de fraudes

À medida que as interações digitais continuam a aumentar, também aumentam os vetores de fraude, incluindo fraude de identidade sintética. Nos Estados Unidos, o número de solicitações de crédito para financiamento de automóveis identificados com risco de IDs sintéticas aumentou de aproximadamente 5% em 2019 para mais de 8% em 2023. No geral, as solicitações de crédito com risco de ID sintética têm uma taxa de inadimplência entre três e cinco vezes maior do que a média do portfólio.

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Dívida geral

A dívida não hipotecária continua crescendo, porém, em um ritmo gradual.

Os dados do gráfico estão indexados com base no T4 de 2019, exceto na Índia, onde o T4 de 2021 foi usado. O índice da Nova Zelândia foi baseado no T4 de 2021 devido a ajustes nas contas.
Os dados do gráfico podem não incluir todos os países representados na legenda do gráfico.

    Dívida hipotecária

  Estados Unidos: Em geral, a primeira dívida hipotecária continua a aumentar, em 2,5% ano a ano, mas a um ritmo mais lento, como resultado da elevação das taxas de juros nos EUA. As restrições da oferta também estão diminuindo, tanto para o estoque de imóveis novos quanto usados, fornecendo perspectivas para novos financiamentos se os juros começarem a cair

  Canadá: Crescimento mais lento do que a média na dívida hipotecária. Apesar de menos vendas de imóveis no T2, o valor médio dos empréstimos hipotecários aumentou 6,1% ano a ano e 5,5% em relação ao trimestre anterior

  Austrália: Os novos créditos hipotecários continuaram a desacelerar 2% abaixo do ano passado. O limite médio nacional por conta nova aumentou 10% ano a ano, mantendo o crescimento geral do portfólio em 4%

  Índia: A dívida hipotecária aumentou 16% ano a ano. A dívida não hipotecária aumentou na faixa de 18 a 22% ano a ano, com empréstimos garantidos por ouro registrando o maior aumento

    Dívida não hipotecária

  Estados Unidos: A dívida não hipotecária aumentou ~4% ano a ano, impulsionada por aumentos na dívida de cartão de crédito (8%) e no financiamento de automóveis (1,9%). Os limites de emissão de cartões de crédito estão em alta, atualmente 8% acima do mesmo período do ano passado

  Canadá: Os níveis de endividamento dos consumidores subiram para US$ 2,5 trilhões no T2 de 2024, indicando um aumento de 4,2% desde o T2 de 2023. Os cartões de crédito continuaram a ser o principal impulsionador do aumento da dívida, com saldos em aberto atingindo US$ 122 bilhões, um incremento de 13,7% em relação ao T2 de 2023

  Reino Unido: Tendência gradual de aumento de longo prazo nos saldos de cartão de crédito, provavelmente impulsionado pelo aumento dos custos. Os saldos totais de cartão de crédito subiram até 7,7% ano a ano

  Espanha: Ligeiro aumento no endividamento hipotecário, que vinha diminuindo ao longo do tempo, enquanto o endividamento não hipotecário parece estar estável, como já observado nos últimos 18 meses

  Argentina: O endividamento não hipotecário permaneceu estável em comparação com o último trimestre

  Equador: O crédito não hipotecário parece ter estagnado, devido à fraca demanda (taxa estimada anual de 0,6% em 2024) no setor de demanda privada e à falta de liquidez

 

Dívida: Dinheiro emprestado pelos consumidores em um determinado momento. Refere-se ao limite amortizado ou saldo devedor, dependendo dos dados coletados de cada região, exceto a Espanha, que relata apenas ativos inadimplentes porque o Spanish Bureau gerencia apenas dados negativos.

Não hipotecário: Inclui o Compre agora, pague depois; cartões de crédito; empréstimos parcelados; empréstimos pessoais e empréstimos automotivos. A disponibilidade e a cobertura variam de acordo com a região.

Oferta

O mercado hipotecário está se recuperando à medida que as reduções nas taxas de juros de referência começam a impactar a maioria das regiões no último trimestre. Novas emissões de cartão de crédito permanecem altas, já que os consumidores enfrentam a inflação.

Os dados do gráfico estão indexados com base no T4 de 2019, exceto na Índia, onde o T4 de 2021 foi usado. 
*Não há dados sobre esta região

   América do Norte

 Canadá: O mercado hipotecário permaneceu pressionado devido às altas taxas de juros até o primeiro semestre de 2024. Embora os novos créditos hipotecários tenham aumentado 21,3% em relação às mínimas de 2023, ainda estão bem abaixo dos níveis normais para segundo trimestre

 

  América do Sul

 Argentina: A demanda está mostrando sinais de estabilização, aproveitando a trajetória positiva observada desde o início de 2024, embora com um ligeiro aumento

 Equador: A demanda não hipotecária apresenta um ligeiro aumento em comparação com o T1, refletindo o primeiro trimestre sem quedas desde 2022

   Europa

  Espanha: A demanda de crédito na Espanha está estável em relação ao primeiro semestre de 2023

 

  Oceania e Ásia

  Austrália: A queda no crescimento do crédito com garantia deve persistir, com os novos créditos hipotecários caindo 2% em comparação com o ano passado, refletindo a queda registrada no trimestre anterior. Essa tendência provavelmente continuará, devido à redução significativa da atividade de refinanciamento em comparação com o ano passado

  Nova Zelândia: A demanda hipotecária caiu no T2, recuando em relação aos níveis mais altos registrados no final do ano passado e início deste ano, em grande parte, refletindo as tendências registradas nos preços domésticos. A demanda por empréstimos pessoais também se debilitou no T2, dado que mais indivíduos acreditarem que é um momento ruim para comprar eletrodomésticos, com queda maior principalmente entre os mais jovens

  Índia: A demanda hipotecária continuou a aumentar, com crescimento de 8% em comparação com o ano passado. Os empréstimos sem garantia, que tiveram forte crescimento, sofreram desaceleração após o aperto monetário pelo banco central em 10%

Foco em cartão de crédito

A utilização de cartões continuou relativamente estável, apesar do alto crescimento da dívida de cartões de crédito e da inadimplência de cartões, que está começando a se estabilizar em muitas regiões.

Os dados do gráfico estão indexados com base no T4 de 2019, exceto na Índia, onde o T4 de 2021 foi usado. 
*Não há dados sobre esta região

   Utilização de cartão

  Estados Unidos: A utilização dos cartões de crédito está em cerca de 21%, aumento de 50 pontos-base em relação ao ano passado. Esse crescimento é impulsionado pela elevação dos limites de crédito, que subiram 8% em relação ao ano anterior, assim como os saldos, que também aumentaram 8%

  Canadá: O grande crescimento em novas emissões, juntamente com o aumento do limite de crédito em novos cartões, mantém a utilização do cartão de crédito estável

  Argentina: Queda de 7% na utilização de cartão de crédito, devido ao aumento no limite dos cartões de crédito, enquanto os gastos se mantiveram constantes

  Equador: A utilização do cartão de crédito permanece estável, devido ao aumento dos limites de crédito no setor de endividamento excessivo. A dívida total de cartão de crédito aumentou 2,2% no T2 de 2024, atribuível à estagnação persistente na recuperação do mercado de trabalho

   Inadimplência

 Estados Unidos: A inadimplência nos cartões de crédito está se aproximando dos níveis pré-pandemia, após um aumento em 2023. As taxas de inadimplência severa (atrasos superiores a 60 dias, excluindo baixas) estão em 1,8%. Os contratos mais recentes ainda estão exibindo taxas de inadimplência mais altas em comparação com aqueles originados durante a pandemia

 Canadá: O saldo médio dos cartões de crédito por consumidor continuou a crescer, apesar da desaceleração nos gastos. Esse aumento foi atribuído principalmente à redução nas taxas de pagamento com cartão, sendo que a maior redução foi observada nos consumidores com menos de 35 anos de idade

 Brasil: A taxa de inadimplência de cartões de crédito permaneceu estável no primeiro semestre de 2024, após alguns trimestres de aumentol

 Índia: A inadimplência dos cartões de crédito subiu 17 pontos-base ano a ano; o estresse dos cartões de crédito está aumentando na economia indiana

Inadimplências

Sinais iniciais de alívio das pressões na inadimplência em muitas regiões

Os dados do gráfico estão indexados com base no T4 de 2019, exceto na Índia, onde o T4 de 2021 foi usado. 
*Não há dados sobre esta região

   América do Norte

  Estados Unidos: A inadimplência não hipotecária continua caindo na maioria dos produtos de empréstimo, indicando que o aumento na inadimplência desde meados de 2022 está desacelerando. A inadimplência hipotecária ainda é menor do que nos níveis pré-pandemia. A inadimplência subprime permanece elevada

  Canadá: Um em cada 23 consumidores deixou de pagar pelo menos um produto de crédito no segundo trimestre de 2024, em comparação com um em cada 25 consumidores há um ano. Em geral, a taxa de inadimplência não hipotecária ficou em 1,4%, superando os níveis máximos de 2020, sendo a mais alta taxa desde 2011, aumentando 23,4% em comparação com o T2 de 2023


  América do Sul

  Argentina: A inadimplência permaneceu estável no primeiro semestre de 2024, uma vez que o ambiente econômico está afetando a capacidade de pagamento

  Equador: A taxa de inadimplência de empréstimos pessoais continuou a aumentar, devido à deterioração da capacidade de pagamento das famílias

  Brasil: A taxa de inadimplência para financiamento de automóveis e empréstimos pessoais aumentou um pouco, cerca de 3%, em comparação com o 1T de 2024

   Europa

  Reino Unido: Após um período prolongado de crescimento, como resultado das pressões das taxas de juros, as taxas de inadimplência hipotecária se estabilizaram a partir da virada do ano. Essa pausa bem-vinda na tendência de alta sugere que os consumidores estejam se ajustando aos custos mais altos dos empréstimos. Foi observada uma estabilidade semelhante nas tendências de inadimplência em vários tipos de contas

 

  Oceania e Ásia

  Austrália: A inadimplência ainda está aumentando, mas de forma gradual. O lento aumento na inadimplência hipotecária reflete a resiliência demonstrada pelos consumidores australianos nos últimos dois anos. Se o desemprego aumentar ainda mais, espera-se que a inadimplência hipotecária acelere nos próximos meses

  Nova Zelândia: A inadimplência aumentou no longo prazo, em virtude do ambiente econômico; contudo, os níveis do T2 de 2024 para todos os produtos ficaram estáveis (ou até mesmo recuaram) em comparação com o T1 de 2024. A maioria dos mutuários de hipotecas consegue suportar as pressões, sendo que os níveis de inadimplência de 90 dias estão bem abaixo da crise de 2008 e a deterioração dos últimos anos está partindo de níveis historicamente baixos (2016-2020)

  Índia: A inadimplência hipotecária registrou uma queda de 13 pontos-base ano a ano. Os empréstimos não hipotecários registraram aumento de 5 a 10 pontos-base nos produtos, devido à maior dinâmica da oferta e de demanda no segmento de empréstimos de pequeno valor

Inadimplência: A taxa de inadimplência refere-se à porcentagem de empréstimos com 90 ou mais dias de atraso.

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